Entrevista a Alexandre Trindade

Alexandre Trindade, mais conhecido por “T-man” ex-jogador da equipa Senior do White Sharks (ou talvez “não”), respondeu-nos a umas questões onde revela vários aspectos sobre a sua vida pessoal e a relação com o baseball.

Há quanto tempo começaste a jogar baseball? Como o fizeste?
Eu comecei a jogar baseball em 1992 quando estava no 9ºano de escolaridade, durante as aulas de Educação Física. Tinha um professor que era holandês e ele tinha sido jogador e treinador no seu país. Gostei tanto de praticar baseball, que comecei a treinar na equipa em que ele era treinador em Lisboa, chamada Old Stars. E vivia no Estoril e para estar presente nos treinos, os meus pais tinham que levar-me. Eles foram muito importantes nesta fase e tenho muito que agradecer-lhes o apoio que me deram.

O baseball estava a arrancar em Portugal, havendo poucas equipas. Mas realizávamos jogos amigáveis porque ainda não havia um campeonato. Mais tarde, quanto já tinha 19 anos, começou a haver o campeonato nacional de basebol em Portugal, e jogava pelo Lisboa Basebol Clube. E assim, começaram a haver jogos com maior regularidade.

Posteriormente, o Lisboa Basebol Clube encerrou a sua actividade desportiva, e comecei a jogar pelos White Sharks de Almada, onde jogavam também alguns antigos jogadores da equipa de Lisboa.

Qual o momento mais marcante para ti desde que jogas baseball? Podes explicar-nos um pouco?Apesar de ter ganho vários títulos por ambas as equipas em que joguei, penso que o momento mais marcante para mim foi a minha despedida dos White Sharks, antes de mudar me para a Suécia. Os meus colegas, meus amigos, preparam uma surpresa durante o meu último jogo em Almada. Fizeram umas t-shirts onde tinha uma imagem minha e uma frase: Obrigado Lenda. Nesse dia ausentei-me do campo por breves momentos e quando voltei todos os elementos da equipa, alguns amigos meus e também a minha família apareceram com a t-shirt vestida. Nesse momento, senti o forte carinho e respeito que todos tinham por mim. Foi um momento extremamente emotivo, que irei sempre recordar.

Qual a tua ligação atual ao White Sharks?

Considero-me um elemento da equipa. Atualmente vivo na Suécia, mas mantenho contacto quase diário com a equipa. Tento acompanhar como estão a decorrer os treinos e os jogos. Quando vou a Portugal, faço questão de ir treinar com a equipa. Se um dia retornar a Portugal, sei que irei sempre encontrar uma família à minha espera na equipa dos White Sharks.

Fala-nos um pouco da tua vida pessoal/profissional?

De momento estou a viver na Suécia com a minha família. O motivo da nossa vinda foi por motivos profissionais da minha esposa a Sofia, que recebeu um convite para vir trabalhar para a sede da IKEA. Eu, deixei o meu emprego em Portugal para acompanhar e apoiar nesta aventura. De momento não estou empregado, para aproveitar e terminar a minha tese de Doutoramento. A experiência de viver fora de Portugal tem sido muito boa e uma grande aprendizagem para os três.

Como achas que o baseball impacta a tua vida pessoal?

O baseball tem um papel importante na minha vida. Tive a oportunidade de conhecer muitas pessoas e de criar fortes laços de amizade. O baseball ensinou-me a ter uma vida física e psicologicamente mais saudável. Fisicamente, porque me “obriga” a estar em forma e para isso vou ao ginásio quase diariamente e tento alimentar-me de forma mais saudável. Psicologicamente ensinou-me a trabalhar mais em equipa, a lidar com diferentes personalidades e a ser também mais paciente. Actualmente, tenho a sorte de poder continuar a treinar e jogar baseball na Suécia com a equipa dos Bromölla Monsters.

Sei que também o baseball tem um impacto menos positivo em termos familiares. Para estar presente nos treinos e nos jogos, implicou estar longe dos nossos e uma gestão familiar delicada. Tenho que agradecer à minha família, especialmente à minha esposa Sofia e a minha filha Inês, por terem sempre me apoiado, mesmo eu sabendo que nem sempre era fácil para elas.

Que futuro vês para o baseball e para o White Sharks?

O baseball, para crescer, como qualquer modalidade precisa de investimento. Em Portugal é uma modalidade pouco conhecida, mas acredito que com o crescimento do Circuito Nacional, haverá mais visibilidade e posteriormente uma maior aposta por parte da Camaras Municipais. Penso que as equipas têm que trabalhar em conjunto com as escolas, para atrair mais jogadores para a modalidade. Os White Sharks têm feito um excelente trabalho na formação de jogadores novos e no impulsionamento do baseball. As outras equipas em Portugal têm seguido este exemplo, e trabalhado de forma divulgar a modalidade.

 

Queremos agradecer imenso a disponibilidade do “T-man” para a entrevista e para os muitos anos que vem dedicando ao clube!

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